Saturday, 19 July 2008

Reishi (Ganoderma lucidum)



Reishi
Ganoderma lucidum



Família: Ganodermatáceas

Nomes vulgares: Reishi (em japonês), Ling zhi (em chinês).

Habitat e distribuição: Cogumelo anual originário das regiões tropicais do Oriente. Cresce preferentemente sobre madeira viva ou morta de árvores caducas, em florestas de carvalho (Quercus do sul e bosques de ácer do nordeste, hoje, também, obtido por cultura.

Partes utilizadas: Corpos frutíferos (carpóforos).

Constituintes: Poli-holósidos (45%) de elevado peso molecular (glucosanas, arabinogalactanas, ganoderanas), triterpenos derivados do ácido ganodérico e lanostanóico, esteróides, ácidos gordos insaturados, aminoácidos, proteínas, glicoproteínas (lectinas) e sais minerais.

Farmacologia e Actividade Biológica: Os poli-holósidos e as glicoproteínas apresentam uma actividade Imunoestimulante, anticancerígena (aumenta a produção de citocinas pelos macrófagos e linfócitos T e os níveis de interleucina) e antiviral. Os triterpenos são responsáveis pela acção anti-inflamatória, hipolipemiante e hepatoprotectora ao normalizarem a estrutura hepática alterada. Tem actividade antiagregante plaquetária, relaxante muscular e anti-hipertensora. Acção antialérgica e anti-radicalar.

Propriedades Terapêuticas: É um incrementador do sistema imunológico a é usado contra uma grande variedade de doenças. O Reishi é dos melhores “medicamentos” para o tratamento de asma, é excelente para aliviar alergias, problemas digestivos, insónia e pressão sanguínea alta. O Reishi apresenta outros benefícios cardiovasculares também; há alguma evidência de que reduz os níveis de colesterol e reduz a aderência plaquetária, um dos factores que contribuem para os ataques cardíacos).

Usos Etnomédicos e Médicos: Foi comprovado ser útil na cirrose hepática, hepatites agudas e crónicas. Como protector celular durante os tratamentos oncológicos. Em situação de imunodeficiência e processos alérgégico. Na hipertensão, diabetes e hiperlipidémias como antitrombótico e antiarteriosclerose. Artralgias e mialgias. Insónia e nervosismo.

Principais indicações: Doenças crónicas como imunoestimulante, hepatoprotector, anti-viral e anti-tumoral. Coadjuvante do tratamento na diabetes mellitus.

Contra indicações: Não são conhecidas.

Efeitos Secundários e Toxicidade: Inicialmente pode produzir-se uma descompensação nos níveis de glicose, que nos doentes com diabetes deverá a glicémia ser controlada.

Precauções: Nas gastralgias, associar uma planta emoliente, como a alteia e tomar após as refeições.

História: Na China, por mais de 2000 anos, foi chamado de "Erva de Deus". Também conhecido por seu nome chinês "Ling Zhi", a sua reputação tem crescido por ser efectivo no tratamento de uma extensa gama de doenças. Os Imperadores chineses, ao longo de várias dinastias ordenavam aos seus criados que procurassem cogumelos Reishi selvagens, encontrados nas montanhas, em regiões distantes, acreditando que o seu consumo lhes traria a eterna juventude e muita saúde. Os seus milagrosos poderes de cura apesar de terem sido empregados pelas culturas Orientais há muitos séculos, somente nos últimos 30 anos foram apresentadas ao mundo Ocidental. Os efeitos do Reishi são legendários por causa de sua eficácia médica, pela ausência de toxinas e efeitos colaterais desfavoráveis. Como é um cogumelo raro na natureza (não nasce espontaneamente), até o final do século XX, o Reishi era reservado principalmente para uso da realeza asiática ou indivíduos ricos. Actualmente, ele é cultivado no Japão e disponível para a população em geral.

Lendas e Mitos: Celebrado na arte e literatura chinesa como o "cogumelo da imortalidade", Reishi tem sido usado há muito tempo na Ásia como um tónico para promover a longevidade, incrementar a saúde em geral e acelerar a recuperação de doenças. Existe uma fórmula na China que pode ser traduzida como "proteger um académico de seu próprio cérebro" ou seja, a pessoa tem um cérebro que lhe escapa ao controle, como um cão correndo atrás do próprio rabo. Reishi é bom para esse tipo de situação, ele actua como um relaxante para fortalecer pessoas ansiosas e desgastadas.

Espécies: Existem 6 espécies de cogumelo Reishi, a mais comum e extensamente estudada e cultivada é a Red Reishi (Reishi vermelho). Os cogumelos Reishi (vermelhos) são primariamente compostos por complexos hidratos de carbono denominados de polissacarídeos, triterpenóides, proteínas e aminoácidos. Estudos indicam que estes polissacarídeos, os princípios activos do Reishi, são responsáveis por fortalecer o sistema imunológico. Médicos chineses e japoneses há muito tempo usam ervas como ginseng, brasenia e astrágalo (combinadas com o Reishi) para reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia em pacientes com patologias oncológicas. Além disso, o ácido ganoderico do Reishi tem se mostrado excelente auxilio no tratamento de alergias comuns, pela inibição dos mediadores químicos da inflamação.

Uso Culinário: Devido a seu gosto amargo, o Reishi é pouco usado como alimento.

Onde encontrá-lo: O Reishi pode ser encontrado em lojas de produtos naturais e mercados orientais em várias formas: inteiro e seco e numa variedade de pós, pílulas, extractos, xaropes ou chás, isolado ou combinado com outras ervas. Ferver o cogumelo fibroso para fazer um chá calmante.

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Fonte:
"Cogumelos Orientais usados como remédio"

Autora: Maria da Luz Cardoso

(Trabalho apresentado à ESTAL - Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa - como requisito para o Curso de Pós-Graduação em Terapêuticas Não Convencionais)
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